Sou escritora, respiro a arte, fico alucinada quando querem censurar o que eu escrevo. E ainda querem… E querem por ultraje sabe-se lá porque, por conta daquele moralismo morno que empapuça a todos, por alguma cegueira que os impede de ver além e adiante, querem para calar o diferente, para segurar todos que inovam pelos pés com correntes, querem impedir os criativos de voar, fixá-los no chão, não sei… de verdade, não sei por que querem. O que sei e sinto do fundo do meu coração é que a arte não pode ser censurada. Ainda que revoltante e ultrajante que sirva para te dar um soco forte no estômago e quase te faça vomitar, ela tem um poder transformador de nos levar para algum lugar distante daqui, de nos fazer compreender, pensar e refletir sobre problemas que podemos nunca vivenciar nessa ou em outras vidas. Ela espalha o humanismo, a compreensão, a arte de criticar, refletir e contestar. Ela nos une por que sempre sangra sentimentos e tão profundos que mesmo sem senti-los podemos entende-los ainda que o odiemos. Ela nos mostra a sombra que nos habita e também consegue despertar o melhor de dentro de nós. Nascem heróis prontos para salvar a pessoa amada. Também podem nascer violões. Não importa. O que importa é que ela espelha a verdade que muitas vezes não queremos enxergar. Com seus véus e floreios, ela ainda assim prova a que veio. É só pela arte que podemos viver tantas vidas em apenas uma. É pela arte que conseguimos enxergar a sombra, e também a luz, lidar com grandes dilemas só virando folhas de papel ou sequências de um filme. Vivemos as dores de outros e crescemos com elas. Situações de vida nunca vivenciadas. Aprendemos com a vida dos nossos personagem. Crescemos com ele a cada cena. A arte é a vida sofrida e comprimida para ser usufruída por todos nós. Por isso não questionem qual é a riqueza que existe em qualquer arte e, por favor, sem censura, tá?
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